Em 2018, o
cineasta Sergei Loznitsa estreou três longas-metragens em três dos mais
prestigiados festivais do mundo – Cannes, Berlim e Veneza. Entre eles, está
Donbass, que levou o prêmio de Melhor Direção na mostra Um Certo Olhar, em
Cannes, e que integra a seleção programada pelo Instituto Moreira Salles para a
Mostra Vestígios e ruptura: o cinema de Sergei Loznitsa,
que será exibida no IMS Paulista, de 2 a 14 de outubro. A seleção traça um
panorama da obra do diretor, que nasceu em 1964 na cidade de Baranovitchi, na
Bielorrússia, parte da então União Soviética.
A programação
inclui 12 filmes de Loznitsa, documentários e ficções, entre longas, médias e
curtas, produzidos entre 2000 a 2018. Dois dos filmes lançados este ano e
inéditos no Brasil – Donbass e Dia da Vitória – estarão entre as obras
selecionadas. O evento contará com a presença do diretor, que dará duas
masterclasses gratuitas em São Paulo, nos dias 4 e 5 de outubro. O cineasta
também participará de um debate no IMS Paulista, no dia 6, após a exibição de
Donbass. Os eventos contarão também com a participação de Maria Choustova,
produtora da maior parte dos filmes do cineasta.
A filmografia de
Loznitsa tem como foco geográfico a Rússia atual e o peso histórico da União
Soviética. Ao longo de 20 anos de produção, em seus curtas, longas e médias, o
diretor discute a construção da memória da região, com recursos que embaralham
as divisões entre documentário e ficção. “Os episódios registrados por Loznitsa
são evidentes nos seus documentários, mas também se mostram presentes nas suas
encenações reconhecidas como ficção, ou, se preferir, filmes que seguem uma
lógica narrativa clássica e que dão a seus personagens o crédito de ‘atores’”,
afirma Kleber Mendonça Filho, curador da programação de cinema do IMS.
A programação
inclui também curtas iniciais do cineasta – A fábrica e A estação de trem –,
documentários como Bloqueio, montado a partir de filmes arquivados na
Cinemateca de São Petersburgo, além de longas de ficção, entre eles Na neblina,
que recebeu o prêmio Fipresci no Festival de Cannes em 2012.
P R O G R A M A Ç Ã O
2 de outubro
19h Dia da Vitória
21h Cinejornal
3 de outubro
19h Curtas
_ A estação de
trem
_ Fábrica
Os curtas serão exibidos, um após o outro, na mesma sessão
20h30 Na neblina
4 de outubro
19h Masterclass com
Sergei Loznitsa
Tema: Documentário
na ficção e vice-versa
A aula é gratuita, com distribuição de senhas 1 hora antes, e limite de
1 senha por pessoa. Durante a aula, haverá tradução simultânea.
Nesta aula, o diretor Sergei Loznitsa
propõe uma discussão sobre a relação entre elementos de
"documentário" e "ficção" em Donbass. O roteiro
do filme é baseado em fatos reais, eventos que foram gravados por seus
participantes, espectadores ou simplesmente transeuntes; assim, o longa
apresenta um caso singular de reconstrução fictícia de material documental.
Como quase todas as cenas foram feitas a partir de uma referência em vídeo, a
cada etapa do processo criativo o diretor se deparou com duas opções: replicar
o vídeo amador da maneira mais próxima possível, em termos de cenário,
figurino, elenco, diálogo etc., ou construir uma nova representação visual e
contextual da cena. Loznitsa pretende abordar seu trabalho com atores não
profissionais e a direção de cenas com multidões. O conceito de “documentário”
e equívocos comuns desse gênero de cinema também serão temas desta aula.
5 de outubro
19h Masterclass com
Sergei Loznitsa
Tema: Som no
cinema
A aula é gratuita, com distribuição de senhas 1 hora antes, e limite de
1 senha por pessoa. Durante a aula, haverá tradução simultânea.
Loznitsa discute os principais critérios
para trabalhar com o som, tanto no documentário quanto na ficção. Começando com
o seu trabalho documental inicial e até aos seus filmes de ficção mais
recentes, ele identifica os princípios de trabalho, compartilha seus “truques”
profissionais e identifica alguns erros comuns. Ele também aborda o desenho de
som de seus filmes de montagem –Bloqueio, Cinejornal, O evento e O
processo –, nos quais o som foi total ou parcialmente criado na
pós-produção.
6 de outubro
15h Donbass
Após a sessão, haverá um debate com Sergei Loznitsa, Maria Choustova e
mediação de Kleber Mendonça Filho.
20h Uma criatura
gentil
9 de outubro
19h00 Uma criatura
gentil
21h30 Minha
felicidade
10 de outubro
19h00 Maidan: protestos
na Ucrânia
21h30 Curtas
_ Artel
_ O antigo
cemitério Judeu
Os curtas serão exibidos, um após o outro, na mesma sessão
11 de outubro
18h Bloqueio
12 de outubro
16h30 Curtas
_ Artel
_ O antigo
cemitério Judeu
Os curtas serão exibidos, um após o outro, na mesma sessão
18h Cinejornal
20h Minha
felicidade
13 de outubro
16h Curtas
_ A estação de
trem
_ Fábrica
Os curtas serão exibidos, um após o outro, na mesma sessão
17h30 Na neblina
14 de outubro
16h30 Bloqueio
18h00 Dia da Vitória
20h00 Maidan: protestos
na Ucrânia
Programação sujeita a eventuais
alterações
S I N O P S E S
A
estação de trem
Polustanok (The Train
Stop)
Sergei Loznitsa |
Rússia | 2000, 25', DCP
Trens
em alta velocidade cortam o silêncio da pequena estação. O apito da locomotiva
e o estrondo das rodas desaparecem na noite, mas não conseguem acordar as
pessoas que ali dormem. O que elas esperam? O que pode acordá-las?
Fábrica
Fabrika (Factory)
Sergei Loznitsa |
Rússia | 2004, 30', DCP
Masculino
e feminino. Duro e macio. Contínuo e interrupto. O todo e o fragmento.
Tudo o
que acontece em um dia na fábrica. “O som na fábrica é naturalmente
forte. Fábrica depende deste elemento que lhe dá corpo. É um
pouco como o barulho do mar, que deve cobrir tudo. Eu tive a chance de
trabalhar com um grande engenheiro de som que trouxe suas próprias ideias. Nos
estúdios russos de produção de documentários, o som funciona de maneira
clássica. Ele não é pensado especificamente. Poucas pessoas consideravam um
elemento importante da dramaturgia, mas, para mim, é muito importante. Eu
preciso dele para preencher o filme e, às vezes, para direcioná-lo. Pois o som
toca no imaginário do espectador. Ele expande o espaço do filme, especialmente
quando se mostra uma cena em que nada acontece. Nesse caso, o som é usado para
transmitir um evento que o espectador começa a imaginar.” (Sergei Loznitsa em
entrevista a Eric Vidal).
Bloqueio
Blokada (Blockade)
Sergei Loznitsa |
Rússia | 2005, 52', DCP
Realizado
a partir de imagens de arquivo sobre o cerco nazista a Leningrado durante a
Segunda Guerra Mundial. Os filmes, originalmente silenciosos, ganham uma faixa
sonora meticulosamente construída, retratando o cotidiano da cidade devastada,
onde alguns ainda resistem.
Artel
Artel
Sergei Loznitsa |
Rússia | 2006, 30', DCP
Um dia
na vida de uma pequena cooperativa de pesca no mar Branco, na Rússia. Nesse
ambiente de clima severo, quatro jovens tentam arrancar subsistência das
profundezas congeladas da natureza. Em 2006, Artel fez parte
da Seleção Oficial do Festival Internacional de Documentários de Amsterdã
(IDFA); no ano seguinte, recebeu o prêmio de Melhor Documentário – na categoria
“filmes com menos de 30 minutos” – no Festival de Karlovy Vary.
Cinejornal
Predstavlenie (Revue)
Sergei Loznitsa |
Alemanha, Rússia, Ucrânia | 2008, 83', 35 mm
Trabalhando
novamente com imagens de arquivo, como em Bloqueio, Loznitsa
realiza este filme a partir de cinejornais produzidos na União Soviética nos
anos 1950 e 1960, refletindo sobre o cotidiano e o modo de vida soviético. Em
2008, Cinejornal recebeu o prêmio de Melhor Documentário no
Festival Internacional de Cinema de Cracóvia, na Polônia, e no Open Documentary
Film Festival, na Rússia, e o Prêmio pela preservação da memória audiovisual do
Festival Internacional de Cinema de Jerusalém.
Minha
felicidade
Schaste moe (My Joy)
Sergei Loznitsa | Alemanha,
Ucrânia, Holanda | 2010, 127', DCP
O
caminhoneiro Georgy apanha uma carga e segue para seu destino. Forçado a pegar
um atalho, se perde, mas gradualmente, e contra a sua vontade, é atraído pelo
dia a dia de uma pequena aldeia. Sobre a gênese de Minha felicidade,
Loznitsa conta, no material de divulgação do filme: “Aconteceu há 10 anos.
Naquela época, eu morava em Moscou e trabalhava em um estúdio de documentários.
Costumávamos viajar de carro e fazíamos paradas frequentes para tirar fotos de
pessoas andando sozinhas pelas estradas, uma visão muito comum na Rússia. Uma
vez fizemos uma parada para fotografar um homem com o rosto envelhecido. Ele
olhou dentro do nosso carro e pediu comida. Demos a ele o que tínhamos. Ele
cuidadosamente colocou a comida em sua bolsa e perguntou: ‘Você não tem geleia
de maçã?’ ‘Não. Por quê?‘, respondi. ‘Eles sempre nos davam geleia de maçã na
prisão.’ Desde então, levo um pacote de geleia de maçã no meu carro. Mas nunca
vimos aquele homem novamente, e ninguém mais fez o mesmo pedido. Então eu tive
a ideia de fazer um filme sobre geleia de maçã.”
Na
neblina
V Tumane (In the Fog)
Sergei Loznitsa |
Alemanha, Rússia, Letônia, Holanda, Bielorrússia | 2012, 127', DCP
Fronteira
ocidental da União Soviética, 1942. A região está sob ocupação alemã, os
guerrilheiros locais mantêm uma forte campanha de resistência. Um trem
descarrilha próximo à vila onde Sushenya, um trabalhador ferroviário, vive com
sua família. Inocente, ele é preso pelos nazistas junto com o grupo de
sabotadores, mas o oficial alemão toma a decisão de não o enforcar. Boatos
sobre a traição de Sushenya se espalham rapidamente, e ele é capturado, dessa
vez pela resistência. Loznitsa conta que leu Na neblina, de Vasili
Bykov, em 2001 e escreveu o roteiro quase imediatamente após terminar o livro:
“A diferença entre um texto literário e um filme está na linguagem. Tudo o que
pode ser descrito em palavras não pode ser representado visualmente, e
vice-versa. Qualquer adaptação para a tela está efetivamente ‘traduzindo’ para
uma linguagem diferente. Para ser preciso e poderoso, tem que funcionar de
acordo com as regras de sua própria ‘gramática visual’. Os diálogos de Bykov
são muito bons, e a forma que a história pregressa dos três personagens
principais é desenvolvida é muito mais sofisticada do que eu fui capaz de
elaborar no filme. No roteiro, eu apenas esbocei o contorno dessa história
prévia em episódios lacônicos. O ritmo do filme é que dita as regras. É a
duração das cenas e o ritmo que constroem a narrativa dramática do filme.” Na
neblina teve sua estreia mundial em 2012, no Festival de Cannes, onde
recebeu o Prêmio do Júri da Federação Internacional de Críticos de Cinema
(Fipresci).
Maidan:
protestos na Ucrânia
Maidan
Sergei Loznitsa |
Ucrânia, Holanda | 2014, 130', DCP
Maidan narra
um levante civil em Kiev contra o regime do presidente Yanukovych a partir do
final de 2013. O filme acompanha o progresso da revolução: de passeatas
pacíficas com meio milhão de pessoas na praça Maidan até as sangrentas batalhas
nas ruas entre manifestantes e polícia.
“Fui
para Kiev no meio de dezembro. Eu sabia que era urgente. Eu sabia que devia
estar lá e que devia filmar. Suspendi todos os meus outros projetos e
compromissos e fui para Maidan”, comentou Loznitsa em março de 2014, poucos
meses antes de concluir o documentário, em depoimento disponível no material de
imprensa do filme. “A atmosfera eufórica dos primeiros dias em Maidan era de
tanto conforto e empoderamento que era como estar no útero materno. Nunca antes
eu havia sentido ou experimentado tanta solidariedade, camaradagem e esse
autêntico espírito de liberdade. [...] Em meados de janeiro, o clima mudou. Não
era mais um carnaval. Era uma batalha. Sangue foi derramado. Já não era mais um
protesto pacífico contra um presidente corrupto. Era uma luta contra um regime
maligno. Era uma revolução... Maidan é o primeiro filme na minha
longa carreira como documentarista em que eu realmente tinha de seguir os
eventos da ‘vida real’ enquanto eles aconteciam. Essa foi uma experiência nova
e tensa para mim. Normalmente, quando começo um documentário, organizo na
cabeça toda a estrutura do filme. Sei exatamente como vai começar, como a
narrativa vai se desenvolver e como vai terminar. Em Maidan, a
experiência foi completamente distinta. Eu recebia mais material bruto ao longo
de janeiro e fevereiro, e conforme a tensão aumentava e o sangue era derramado,
eu estava editando o filme, sem saber que fim esperar. Dividi o filme em
algumas partes: o prólogo, a celebração, a batalha e o post-scriptum.
Meu objetivo é levar o espectador a Maidan e fazer com que experiencie os 90
dias de revolução conforme se desenrolam. [...] Maidan é um
enigma que ainda estou por resolver.” O filme estrearia em maio de 2014 no
Festival de Cannes. No mesmo ano, dentre outros prêmios, foi escolhido como
Melhor Documentário de Longa-Metragem no Festival dei Popoli, na Itália.
O
antigo cemitério Judeu
The Old Jewish
Cemetery
Sergei Loznitsa |
Letônia, Holanda | 2014, 20', DCP
Turistas
americanos e pessoas bêbadas perambulam em uma tarde sonolenta, crianças
brincam na grama e um bonde desliza devagar entre todos.
Sergei
Loznitsa filma o espaço que outrora foi o primeiro cemitério judeu em Riga, na
Letônia. Inaugurado em 1725, o local continuou realizando enterros até o fim
dos anos 1930. Após a ocupação alemã na cidade, em 1941, ali foram enterrados
em massa mais de 1000 judeus mortos nas ruas e nas casas do Gueto de Riga. Com
o fim da Segunda Guerra Mundial, muitas das lápides foram removidas e usadas
como material de construção. Na década de 1960, o local foi demolido e
rebatizado como “O Parque das Brigadas Comunistas” e, em 1992, "O Antigo
Cemitério Judeu".
O filme
é dedicado à memória dos judeus de Riga.
Uma
criatura gentil
Krotkaya (A Gentle
Creature)
Sergei Loznitsa |
França, Alemanha, Holanda, Lituânia | 2017, 143', DCP
Nos
arredores de uma aldeia no interior da Rússia, uma mulher vive sozinha. Um dia,
ela recebe um pacote, enviado ao marido preso, marcado com “retorno ao
remetente”. Em choque e confusa, ela decide seguir rumo à prisão numa remota
região do país em busca de uma explicação. Sobre o título, Sergei Loznitsa
afirma: “Este filme é uma metáfora para um país onde as pessoas violam umas às
outras o tempo todo. O país está repleto de todas as formas de violência. De um
lado, há hipocrisia, mentiras gigantescas e padrões desiguais, uma
perfeita Omertà…; de outro, coisas horrendas continuam acontecendo
todos os dias. Para mim, é um enigma dolorosamente insolúvel. Em vez de levar a
vida de uma forma calma e amigável, em todas as fases de nossas vidas somos
forçados a tomar caminhos difíceis e às vezes desonestos. Esse é um paradoxo
horrível, o pior deles. Um paradoxo que conheço desde os cinco anos e que ainda
hoje não entendo.”
Dia da
Vitória
Den' Pobedy (Victory
Day)
Sergei Loznitsa |
Alemanha | 2018, 94', DCP
Todo
ano, no dia 9 de maio (conhecido também como o Dia da Vitória Soviética),
pessoas se reúnem no Treptower Park em Berlim. Eles se vestem com suas melhores
roupas, ou mesmo com uniformes militares soviéticos. Carregam bandeiras,
banners e cartazes. Deixam flores no monumento ao soldado soviético, cantam,
dançam e bebem. Celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista.
O filme é um registro direto deste dia no parque, 72 anos após a vitória. A
estreia mundial do documentário aconteceu em 2018 no Festival de Berlim.
Donbass
Donbass
Sergei Loznitsa |
Alemanha, Ucrânia, França, Holanda, Romênia | 2018, 110', DCP
Donbass
é uma região no leste da Ucrânia ocupada por diversas gangues criminosas e
tomada por uma guerra híbrida. A disputa envolve um conflito armado entre o
exército ucraniano, auxiliado por voluntários, e gangues separatistas,
auxiliadas pelas tropas russas. Em paralelo, ocorrem assassinatos e roubos em
larga escala e uma gradual degradação da população civil. Em Donbass, a guerra
é chamada de “paz”, propaganda é tratada como “verdade” e o ódio é manifestado
como “amor”.
Em
entrevista à revista Film Comment, Loznitsa analisa Donbass em
relação a seus filmes anteriores, Uma criatura gentil e Dia
da Vitória: “Todos esses filmes lidam com o tema da decadência e
desintegração, o processo que vem ocorrendo no território do antigo Império
Russo desde a Revolução de 1917. E todos esses filmes contêm traços, ecos,
vislumbres, reflexos da guerra. Neste filme mais recente, não é mais uma pista.
Substituímos as pistas para a nomeação direta. Porque isso é algo que realmente
aconteceu, e pode ser que meus filmes apresentem algum tipo de imagem espelhada
do que está acontecendo. O elemento novo, que faz este filme diferente dos meus
anteriores, é que não há nenhum protagonista. [Os personagens] Apenas
desaparecem por completo. Faz muito tempo que eu queria experimentar essa
estrutura. Fui inspirado pelos experimentos de Eisenstein, e eu usei a mesma
técnica de Buñuel em O fantasma da liberdade. É uma reunião de
episódios e, em cada um, há um personagem que nos leva para o próximo. A minha
intenção era que cada episódio do filme mostrasse um lado, uma manifestação, um
aspecto desse processo onipresente de desintegração e decadência. Quase todo
episódio tem uma referência documental, em que há pessoas que filmam esses
tipos de situações – eventos que aconteceram de verdade – com seus celulares e
puseram os vídeos na internet. Talvez esse seja o filme mais malicioso que eu
fiz até agora. Mais cruel. Vamos chamá-lo de ‘um filme raivoso’. Talvez isso se
deva à minha postura frente a essa guerra.” Donbass estreou este
ano no Festival de Cannes, onde recebeu o prêmio de Melhor Direção na mostra Um
Certo Olhar.
S E R V I Ç O
Mostra Vestígios e ruptura: o cinema de Sergei Loznitsa
de 2 a 14
de outubro de 2018
IMS Paulista
Av.
Paulista, 2.424 (próximo as
estações Paulista e Consolação do metrô)
Ingressos R$8 (inteira)
e R$4 (meia)
Masterclasses (dias 4 e 5), gratuitas, com distribuição
de senhas 1 hora antes, e limite de 1 senha por pessoa.